Porém, erguer esses monumentos
titânicos leva um tempo considerável, custa fortunas e exige uma quantidade
imensa de trabalhadores e matéria prima. Um nobre menos abastado pode não poder
(ou querer) arcar com esses custos, e mesmo um soberano rico poderia pensar
duas vezes antes de gastar o erário real em um único ponto. Uma alternativa
viável pode ser construir uma mota senhorial.
Esses tipos de estruturas
defensivas, feitas inteiramente de madeira, são separadas em duas partes. A
mota propriamente dita é um monte cônico que pode passar de 15 metros de
altura, aplainado no cume. Pode ser adaptado do relevo natural ou construído
artificialmente, utilizando a terra extraída do fosso que cerca todo o
complexo. No seu topo se constrói uma torre, com uma paliçada protegendo as
bordas do platô. Ao pé da mota há a outra parte, também cercada por uma
paliçada e chamado de bailey, onde um mini vilarejo é instalado, com depósitos, celeiros, forja, choupanas para os
serventes e artesãos, hortas, estábulos de criação de cavalos, porcos, vacas etc. O fosso,
normalmente cheio de agua desviada de algum riacho próximo, cerca toda a
fortaleza e também divide suas duas partes, transformando-as em duas ilhas. Uma
ponte e um íngreme caminho as conecta, com talvez uma porta levadiça.
Embora possam parecer frágeis, as
vantagens de tal modelo são tantas que europeus e japoneses o adotaram sem
nenhuma influência entre si. São incrivelmente mais baratos que os castelos de
pedra, e podem ser erguidos em um tempo relativamente insignificante. A altura
da mota permite visualizar quilômetros ao redor, detectando o inimigo e
prevenindo ataques surpresas. A combinação fosso e paliçada a torna um objetivo
difícil de ser atacado e fácil de ser mantido. Apenas uma força várias vezes
superior aos defensores, muitas flechas incendiárias ou armas de cerco poderiam
esperar toma-la de assalto. Uma tropa a cavalo é capaz de patrulhar a mais de
20 quilômetros de distância e voltar ao anoitecer. E o alto da mota é um excelente refúgio caso
o bailey não possa ser defendido.
Mais do que uma residência nobre
fortificada, porém, as motas senhoriais podem ser usadas de maneira ofensiva.
Muito similares aos fortes do velho oeste, elas podem ser erguidas rapidamente
em terrenos ainda disputados, dominando amplas regiões com pequenos
contingentes e garantindo uma larga penetração em território inimigo.
O uso em campanha dessas
localidades tem um potencial imenso. Podem ser a pequena vila que abriga os
personagens entre as aventuras, postos de fronteira, redutos bárbaros (até
mesmo orcs) ou o lar de um vilão que tiraniza os camponeses ao redor. A mota em
si praticamente implora para ter uma masmorra construída dentro dela e que se
prolongue pelo subterrâneo. Uma alternativa é que o complexo de cavernas,
naturais ou não, já existisse anteriormente, e a atual construção esta ali para
impedir que elas sejam usadas, para proteger os seus usuários nefastos ou mesmo
por puro acidente.
Por fim, para inspirar a dungeon,
deixo esse vídeo de uma tumba irlandesa que bem poderia, com alguns ajustes, abrigar
uma mota em seu topo:
Espero que tenham gostado, e que
sirva para enriquecer suas aventuras. Abraço a todos!
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